terça-feira, 8 de junho de 2010

" Era uma vez... "

“... um garotinho que vivia com a avó, pois o pai morava em outro estado, e a mãe tinha um trabalho do qual não servirá de exemplo para uma criança de cinco anos.
Um dia, a avó do garoto veio a falecer. A mãe não fazia questão de criá-lo. Sendo assim o pai assumiu... à contra gosto.A criança saiu de seu mundo de afeto, educação e sobrevivência básica.Viu-se em um história digna de bruxas.
A madrasta ( no sentido negativo da palavra) o tratava com repulsa e ódio.A irmã , totalmente má , fazia questão de salientar o desprezo e a humilhação. E o pai? O pai infelizmente o queria longe, distante.
O garoto sentia-se mal, chateado. Queria ser como todas as crianças que ele convivia. Queria ter o carinho dos pais, queria roupas que não estivessem rasgadas ou furadas. Queria os brinquedos ( mesmo que simples),queria os mesmos doces e besteirinhas que lhe davam água na boca. Nunca tivera o necessário e nem o diferente.
O sentimento de ódio e abandono tomou conta de sua mente. Mesmo pequeno já tinha a consciência do quanto era desprezado. Decidiu vingar-se.
Comportava-se mal na escola. Era reaprendido e castigado. Não parou por ai.
Começou a roubar. Aos 7 anos de idade sabia que se quisesse ter suas coisas teria que ser dessa forma. Em seu primeiro roubo foi pego. Apanhou da madrasta e do pai. Porém o intuito da agressão não era para corrigir, mas para magoar. Isso só aumentou seu rancor.
Roubou pela segunda vez. Novamente o flagrante. Desta vez não foi castigado. Pessoas que conheciam sua história resolveram escutá-lo.Houve o terceiro roubo.
Aos poucos perceberam que não havia como lhe recriminar, é que tudo o que fez, nada mais era do que reflexo de sua vida sem carinho e proteção. “
E o fim dessa história? Não tem! Está apenas no começo.
Trata-se de uma história verídica. Cabe um reflexão em tudo isso. Quando percebemos o quanto a violência e a marginalidade aumentam não paramos para pensar qual a causa. Talvez o adulto/ adolescente que hoje comete delitos, outrora não teve carinho e dignidade. Talvez não saiu desse caminho porque não teve ninguém que o escutasse, somente recebera castigos e agressões.
Então devemos julgar quem? Aos pais que o excluíram do vinculo familiar, ou da criança que necessitou do amor, respeito e compreensão dos mesmos?
PENSE NISSO...

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